VOCÊ GOSTA DE LER?

Leitura é muito mais do que decodificar palavras. É ir muito além! É voar sem destino pelas páginas de um livro.
Devemos observar várias formas de arte, expressas em textos escritos ou não (verbal ou não verbal) e, delas tirar lições, reflexões, ou mesmo divesão. O que não podemos é sairmos indiferentes, pensando: não entendi nada! Ou fingindo ter entendido tudo, sem no entanto, ter compreendido o que o emissor realmente disse.
Muitas mensagens, realmente são de entendimento dúbio, ou seja, dá margens a mais de uma interpretação.
O que não se deve, é não entender nada! Se por acaso isso acontercer, e não é nada depreciativo assumir isso, devemos buscar mais informações e, fazer com que de alguma forma, essa leitura acrescente algo de positivo em nossa vida.

Leia, vá ao cinema, museus, shows, teatros, ouça músicas, mas reflita, pense!
Se não tiver argumentos bem fundamentados, cale-se e vá aprender mais.


"NÃO TENHO UM NOVO CAMINHO. O QUE TENHO É UM NOVO JEITO DE CAMINHAR." (Thiago de Melo)


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A MÃE E O CREPÚSCULO MORTO PELOS ALEMÃES (Maiakóvsk)



Mães brancas nos caminhos negros
estendem-se – brocados convulsos sobre féretros
O inimigo derrotado, e elas lançam seus ais:
“Fechem, fechem os olhos dos jornais!”

Uma carta.

Seja forte, mãe!
Fumaça.
Fumaça.
Mais
fumaça!
Tua voz que lamenta
distante?
Veja – o ar se pavimenta
de balas como pedras ribombantes!
Ma-m-mãe!
Arrastam agora o crepúsculo ferido.
Resistiu quanto pode,
duro,
troncudo,
mas de súbito, -
abalando as espáduas sólidas,
o pobre
caiu chorando no colo de Varsóvia.
Estrelas estridulam
em lençóis de chita azul:
“Morreu,
morreu
o meu amado!”
E o olho turvo do novilúnio
fita de soláio
o padioleiro soturno, de inertes punhos.
As aldeias lituanas acodem numa chusma:
embutida na sombra, firme sobre os cotos,
marejando de lágrimas igrejas de olhos de ouro,
Kovno decepa os dedos de suas ruas.
O crepúsculo urra
- sem pernas, sem braços: -
“Não é verdade!
Ainda sou capaz
de
retinindo as esporas numa doida mazurca
torcer as minhas felpas ruivas!”

Tilinta.
Mãe,
quem chama?
Branca, branca, brocado em funeral.
“É ele – ânimo! –
O morto do telegrama.
Ah fechem os olhos do jornal!”

1914
(Tradução de Aroldo de Campos)

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