Mães
brancas nos caminhos negros
estendem-se
– brocados convulsos sobre féretros
O
inimigo derrotado, e elas lançam seus ais:
“Fechem,
fechem os olhos dos jornais!”
Uma
carta.
Seja
forte, mãe!
Fumaça.
Fumaça.
Mais
fumaça!
Tua
voz que lamenta
distante?
Veja
– o ar se pavimenta
de balas
como pedras ribombantes!
Ma-m-mãe!
Arrastam
agora o crepúsculo ferido.
Resistiu
quanto pode,
duro,
troncudo,
mas
de súbito, -
abalando
as espáduas sólidas,
o
pobre
caiu
chorando no colo de Varsóvia.
Estrelas
estridulam
em lençóis
de chita azul:
“Morreu,
morreu
o
meu amado!”
E o
olho turvo do novilúnio
fita
de soláio
o
padioleiro soturno, de inertes punhos.
As
aldeias lituanas acodem numa chusma:
embutida
na sombra, firme sobre os cotos,
marejando
de lágrimas igrejas de olhos de ouro,
Kovno
decepa os dedos de suas ruas.
O
crepúsculo urra
- sem
pernas, sem braços: -
“Não
é verdade!
Ainda
sou capaz
de
retinindo
as esporas numa doida mazurca
torcer
as minhas felpas ruivas!”
Tilinta.
Mãe,
quem
chama?
Branca,
branca, brocado em funeral.
“É
ele – ânimo! –
O morto
do telegrama.
Ah
fechem os olhos do jornal!”
1914
(Tradução
de Aroldo de Campos)
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