A
morte é inimiga dos poetas,
dos
prosadores.
Ela odeia esse povo,
que só vive de falácia.
Em
seus textos, ela é desdenhada.
Dizem
que são imortais!
Falsa
modéstia!
Veja os poucos que resta!
Quando vem buscar um,
chega sua vez da vingança,
vê o pobre com olhar de criança e desdenha.
Manda
uma aprendiz qualquer.
Esse
povo precisa aprender a morrer!
Tem
uns que tentam todos os dias.
Envenenam-se
em balcões de fétidos botecos,
Falam,
bebem, vão ficando com voz de marreco.
Não
tem jeito não.
Quando
ela acha que é hora,
quase
sempre antes do tempo,
lá
vem a aprendiz.
Feliz
empunhando uma foice sem corte,
chega
a ajudande da morte,
tira-lhes
a vida aos poucos,
com muito
sofrimento.
Qual
imortal qual nada!
A
maioria, tem suas folhas rabiscadas
perdidas,
incineradas, esquecidas em um porão.
Bem
antes que a alma do pobre
se
queime nas chamas do inferno.
Contra
seus argumentos o coisa ruim
vai
dizendo: suas palavras não me convencem!
Pra
nada servem, nem aqui, nem lá
onde pensava ser o tal!
Você
falou tanto em sofrimento,
em
tantos amores perdidos, coitado,
que
mandei te buscar.
Este
é e sempre foi seu mundo.
Fique
à vontade!
Pegue
aí desse carvão,
lembre-se
dos amores que deixou
e
comece a rabiscar.
Não
se esqueça que aqui jaz.
Diga
coisa inteligente.
Jamais poderás repetir a alguém: - Sem você
posso morrer
de repente.
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