VOCÊ GOSTA DE LER?

Leitura é muito mais do que decodificar palavras. É ir muito além! É voar sem destino pelas páginas de um livro.
Devemos observar várias formas de arte, expressas em textos escritos ou não (verbal ou não verbal) e, delas tirar lições, reflexões, ou mesmo divesão. O que não podemos é sairmos indiferentes, pensando: não entendi nada! Ou fingindo ter entendido tudo, sem no entanto, ter compreendido o que o emissor realmente disse.
Muitas mensagens, realmente são de entendimento dúbio, ou seja, dá margens a mais de uma interpretação.
O que não se deve, é não entender nada! Se por acaso isso acontercer, e não é nada depreciativo assumir isso, devemos buscar mais informações e, fazer com que de alguma forma, essa leitura acrescente algo de positivo em nossa vida.

Leia, vá ao cinema, museus, shows, teatros, ouça músicas, mas reflita, pense!
Se não tiver argumentos bem fundamentados, cale-se e vá aprender mais.


"NÃO TENHO UM NOVO CAMINHO. O QUE TENHO É UM NOVO JEITO DE CAMINHAR." (Thiago de Melo)


sábado, 26 de outubro de 2019

CASAMENTO COM O DESTINO ( Moacyr Scliar)


"Mulher casa-se consigo mesma." Mundo, 18.6.98

Decidida a se casar consigo mesma, ela optou por 
transformar o fato não apenas numa festa, mas numa celebração: a celebração da individualidade triunfante. Não preciso de ninguém para ser feliz, era a mensagem que queria transmitir, mas sem rancor, sem ressentimentos; ao contrário, partilharia com muitos amigos essa felicidade enfim descoberta.
Para isso, organizou cuidadosamente a cerimônia. Havia um convite para o casamento em que, naturalmente, figurava apenas o seu nome; havia a cerimônia propriamente dita, que contaria com o apoio de um juiz de paz heterodoxo; e finalmente havia a grande recepção, para mais de 200 pessoas. Entre elas, um convidado especial: o ex-noivo
Durante quatro anos haviam acalentado o projeto de viver juntos. E então, subitamente, ele desistira. Não nasci para viver com outra pessoa, ele lhe havia confessado. Num primeiro momento, ela se desesperara: Mas como, depois de um noivado tão longo, você me diz uma coisa dessas? Depois, compreendera e aceitara. E pretendia até que o seu casamento servisse de modelo para ele e outros solitários: o matrimônio individualizado se transformaria numa instituição do nosso tempo.
E aí veio o dia do casamento, e lá estavam todos os convidados, alguns espantados, mas todos alegres, o ex-noivo e o juiz de paz. Diante desse homem, ela compareceu, vestida de branco, com véu e grinalda, pronta para o momento decisivo.
Até agora, ela não sabe o que aconteceu. Quando o homem lhe perguntou, tal como previsto, "Aceita esta mulher como sua legítima esposa?", a resposta que ela deu, numa voz rouca, uma voz que não era a sua, foi um rotundo "Não".
Não é a negativa que a incomoda. É a voz. Enquanto não descobrir que voz falou de dentro dela, não terá descanso. E, pior, terá de continuar celibatária.




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