Ontem, ouvi uma professora doutora (esses títulos são com letra maiúscula?) confessar que, mesmo com a extensa formação em Letras, não sabia se "sanguessuga" era junto ou separado (essas aspas estão certas?). Contou a história de quando haviam perguntado a ela, como se a coitada fosse um VOLP* ou um dicionário ambulante: "Sanguessuga tem hífen? É separado? Como escreve?"e, diante da resposta: "Não sei", teve que ouvir: "Noooossa mas você é doutoooora em Letras...".
A professora acabou dizendo que não estava nem aí com isso. Nunca,
nunquinha na vida havia precisado ("tinha precisado" não é melhor aqui?)
escrever a palavra "sanguessuga" e não se lembrava de como se
escrevia. Não era obrigada.
Eu me senti menos E.T. (será que eu deveria escrever isso por extenso?).
Sendo formada em Direito, muita gente me pergunta coisas como: "Qual é o
prazo para eu pedir de volta os documentos que deixei lá na
imobiliária, daquele meu contrato de aluguel antigo?", "Meu vizinho está
construindo um muro maior que o meu, isso pode?" "Roubar doce de
criança, assim, de brincadeira, é crime? E se a criança for da minha
família?" e sinceramente... eu não sei. Fico com cara de tacho, achando
que deveria saber.
Assim como fiz Direito, também faço uma pós em Letras e reviso textos.
Eu não sei se existe cara de tacho suficiente para eu ter, se eu tiver
(ai, repeti o verbo!) que saber de todas as leis do Brasil (quiçá do
mundo) e todas as palavras (ou as mais comuns) do dicionário e, ainda,
todas as regras da gramática padrão (tem hífen isso?). Aliás, nem esse
texto eu tô sabendo escrever direito. Acho que vou dormir. Nisso eu sou
mestre: já pratico há muito tempo.
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