VOCÊ GOSTA DE LER?

Leitura é muito mais do que decodificar palavras. É ir muito além! É voar sem destino pelas páginas de um livro.
Devemos observar várias formas de arte, expressas em textos escritos ou não (verbal ou não verbal) e, delas tirar lições, reflexões, ou mesmo divesão. O que não podemos é sairmos indiferentes, pensando: não entendi nada! Ou fingindo ter entendido tudo, sem no entanto, ter compreendido o que o emissor realmente disse.
Muitas mensagens, realmente são de entendimento dúbio, ou seja, dá margens a mais de uma interpretação.
O que não se deve, é não entender nada! Se por acaso isso acontercer, e não é nada depreciativo assumir isso, devemos buscar mais informações e, fazer com que de alguma forma, essa leitura acrescente algo de positivo em nossa vida.

Leia, vá ao cinema, museus, shows, teatros, ouça músicas, mas reflita, pense!
Se não tiver argumentos bem fundamentados, cale-se e vá aprender mais.


"NÃO TENHO UM NOVO CAMINHO. O QUE TENHO É UM NOVO JEITO DE CAMINHAR." (Thiago de Melo)


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

HAI-KAI


Hai-Kai é um pequeno poema de origem japonesa composto de três versos, dois de cinco sílabas e um – o segundo- de sete. No original não tem rima, que geralmente lhe é acrescentada nas traduções ocidentais. A época do aparecimento do Hai-Kai é controversa, e sua popularização deu-se no século XVII, sobre tudo através da produção de Jinskikiro Matsuo Bashô, simbolista inspirado profundamente em impressões naturais (sobretudo paisagísticas) e adepto do Zem.
Nos nossos dicionários, em geral aparece com a grafia Haiku, embora não seja essa definição a usada pelos seus leitores e estudiosos, por motivos discutíveis.


A nuvem atenua
O cansaço das pessoas
Olharem a lua.


Contudo há quem afirme que Bashô foi ultrapassado, tanto em popularidade quanto em inspiração, pelo poeta do século posterior (XVIII) Yataro Kobayashi (issa):
           
Vem cá passarinho
            E vamos brincar nós dois
            Que não temos ninho.


Apesar de sua forma frágil, quase volátil, dependendo da imagística mais do que qualquer outra poesia, uma implosão, não uma explicitação, o Hai-Kai é, uma forma
fundamentalmente popular e, inúmeras vezes, humorística, no mais metafísico sentido da palavra e atualmente, deixou de ser uma forma fixa e nem sempre obedece a métrica, dentre seus representantes modernos cito Millôr Fernandes :


            Roubaram a carteira
            Do imbecil que olhava
            A cerejeira.
Clóvis C. Rocha


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A chuva fina
Atropela a grossa poeira,
Que besteira




Coisa maluca
Com o próprio pé
Coçar a nuca.




Uma visão espúria
Exposto na estante
Copo com dentadura.


Pato com três patas,
Vê-se bastante, uma esposa
E duas amantes.


Clóvis C. Rocha


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