VOCÊ GOSTA DE LER?

Leitura é muito mais do que decodificar palavras. É ir muito além! É voar sem destino pelas páginas de um livro.
Devemos observar várias formas de arte, expressas em textos escritos ou não (verbal ou não verbal) e, delas tirar lições, reflexões, ou mesmo divesão. O que não podemos é sairmos indiferentes, pensando: não entendi nada! Ou fingindo ter entendido tudo, sem no entanto, ter compreendido o que o emissor realmente disse.
Muitas mensagens, realmente são de entendimento dúbio, ou seja, dá margens a mais de uma interpretação.
O que não se deve, é não entender nada! Se por acaso isso acontercer, e não é nada depreciativo assumir isso, devemos buscar mais informações e, fazer com que de alguma forma, essa leitura acrescente algo de positivo em nossa vida.

Leia, vá ao cinema, museus, shows, teatros, ouça músicas, mas reflita, pense!
Se não tiver argumentos bem fundamentados, cale-se e vá aprender mais.


"NÃO TENHO UM NOVO CAMINHO. O QUE TENHO É UM NOVO JEITO DE CAMINHAR." (Thiago de Melo)


sábado, 12 de dezembro de 2015

XA XE XI XO XU... Ai ! ( Cristina Pellisson )



            Dia desses estava eu em uma fila bancária a fim de obter informações sobre meu cartão. Fui informada a digitar nova senha e também que, a partir de então, além da senha numérica de quatro dígitos mais as três letras – senha alfa numérica – eu receberia um complemento de senha que seria impresso no momento em que inserisse meu cartão.
            Dito e feito. Após a senha alfa numérica, eis que surge um papelzinho amarelo com três sílabas, “si pá” formando uma palavra em hebraico ou sânscrito. Tentei decifrar qual idioma seria, porém não dava tempo, pois o tempo pra digitar as tais sílabas era limitado e eu perderia o processo tendo que começar tudo de novo.
            Nesse momento estávamos eu e meu filho, estudante universitário, e, preciso confessar que em dois, não dávamos conta de caçar as tais sílabas pra digitar na correria que o tempo exige, pois ao digitar uma, as outras saltavam dos lugares onde estavam e tínhamos que procurá-las rapidamente em outro lugar – obviamente misturadas com outras, para confundir, pois fazem parte de um sistema de senha. Seria ‘silábico’?
            Sim, é silábico. Então o sistema de senha tornou-se ‘alfa numérico silábico’.
            Considerando que nem todos os usuários de cartões eletrônicos bancários são alfabetizados, gostaria de entender de onde surgiu essa idéia, que até pode ser bem intencionada, mas não levou em consideração as limitações dos usuários, nem os transtornos que poderiam causar. Ou seja, eu, professora de Português, conhecedora de sílabas e meu filho alfabetizado encontramos dificuldades no momento de digitar. Porque são sílabas. Em se tratando de alfabetização, letra e sílaba fazem parte de contextos diferentes, momentos diferentes. Sílaba é assunto mais complexo que letras. Conhecer letras é conhecer o código – os sinais lingüísticos, o alfabeto. Entender as sílabas é dominar o código para poder usá-lo na formação de palavras.
            Portanto, a pessoa não alfabetizada verá nessa nova senha a junção de duas letras e não uma sílaba, o que dificulta ainda mais a leitura e a procura das mesmas.
            Gostaria de pedir que, ao invés de complicarem o sistema de senha bancária para evitar sacanagens com nossa conta – roubo de senha através de chupa cabra ou sei lá o que mais que chupa - que a segurança nesse sentido seja pensada de outra forma, porque daqui a pouco, nem a gente enfiando a cabeça dentro da máquina pra ser fotografado pra garantir que fomos nós que sacamos nosso dinheiro, vai adiantar.
            Esse Xa Xe Xi Xo Xu, Za Ze Zi Zo Zu, Ka Ke Ki Ko Ku não vai dar certo, porque chupa a nossa paciência.
COLABORAÇÃO
Cristina Pellisson
Mestre em Educação

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