A
sala estava em desordem, alunos corriam, e gritavam. A escola era grande, cheia
de corredores Eis que surge a inspetora.
- O que está acontecendo aqui? Onde está o
professor da sala?
-
Ele deve ter faltado, ainda não apareceu – respondeu um dos alunos.
A
inspetora olhou o horário que trazia na mão e viu que era aula de ciências e
que o professor que deveria estar ali era o Fáusto, mas onde ele estaria se
havia dado as três primeiras aulas
anteriores ao recreio.
Enquanto
cuidava da sala pediu para chamar outra inspetora e recomendou que fosse se
informar sobre a ausência do professor Fáusto.
-
Não, ele não me comunicou nada, não deve ter saído do prédio – respondeu o
diretor à pergunta da inspetora.
Um
professor auxiliar foi colocado na sala. O professor ia trabalhar de ônibus ,
portanto, não adiantava olhar no ., estacionamento
O
período terminou e, novos alunos, alguns professores continuaram, outros chegaram e não se falou mais no
professor Fausto.
Era
sexta-feira, na segunda certamente ele apareceria.
Nova
semana, manhã, na sala dos professores a mesma conversa de sempre – novela,
futebol, notícias de jornais regados a cafezinhos, alguém viu o Fausto?
Perguntou a vice diretora que foi
conferir os docentes.
-
Ele não apareceu? Interrogou a inspetora
que participara do episódio da sexta-feira.
Ele
morava só, não tinha família naquela cidade.
-
Vou ligar para o celular dele – disse o diretor.
E
assim foi feito, o telefone chamou uma, duas, três vezes.
-
Não adianta, não atende.
- Será que aconteceu alguma coisa com ele?
Adentra
a sala o zelador da escola, com dezenas de chaves na mão.
-
O que está acontecendo aqui? To achando vocês agitados!
-
É que liguei para o professor Fáusto e
ele não atende, você não sabe de nada, não?
-
Quando passei pelo corredor de cima ouvi
um telefone tocando, a impressão que tive é que o som vinha do banheiro.
O
diretor e mais alguns curiosos solidários partiram escada acima. Seu Antenor, o
diretor, ligou novamente e, todos ouviram
um toque de telefone, foram momentos de apreensão , o zelador colocou a chave
na porta, ela estava destrancada, foi empurrada com cuidado, pois havia algo a abstruindo,
aberto um vão, lá estava Fausto, estirado no piso do banheiro, o lavatório
estava quebrado. Em sua cabeça notava-se um ferimento que, a princípio, parecia
um sinal de pancada.
Nesse
momento todos os olhares se voltaram para o zelador, que por sua vez baixou a
cabeça, o diretor curvou-se e foi verificar o pulso do professor, que fora amigo de todos os
outros professores, mas odiado por alguns alunos e pelo zelador que era pai de
um adolescente rebelde retido pelo professor.
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