VOCÊ GOSTA DE LER?

Leitura é muito mais do que decodificar palavras. É ir muito além! É voar sem destino pelas páginas de um livro.
Devemos observar várias formas de arte, expressas em textos escritos ou não (verbal ou não verbal) e, delas tirar lições, reflexões, ou mesmo divesão. O que não podemos é sairmos indiferentes, pensando: não entendi nada! Ou fingindo ter entendido tudo, sem no entanto, ter compreendido o que o emissor realmente disse.
Muitas mensagens, realmente são de entendimento dúbio, ou seja, dá margens a mais de uma interpretação.
O que não se deve, é não entender nada! Se por acaso isso acontercer, e não é nada depreciativo assumir isso, devemos buscar mais informações e, fazer com que de alguma forma, essa leitura acrescente algo de positivo em nossa vida.

Leia, vá ao cinema, museus, shows, teatros, ouça músicas, mas reflita, pense!
Se não tiver argumentos bem fundamentados, cale-se e vá aprender mais.


"NÃO TENHO UM NOVO CAMINHO. O QUE TENHO É UM NOVO JEITO DE CAMINHAR." (Thiago de Melo)


sábado, 16 de março de 2013

NO PISO SUPERIOR ( Clovis C. Rocha)


A sala estava em desordem, alunos corriam, e gritavam. A escola era grande, cheia de corredores Eis que surge a inspetora.

 - O que está acontecendo aqui? Onde está o professor da sala?

- Ele deve ter faltado, ainda não apareceu – respondeu um dos alunos.

A inspetora olhou o horário que trazia na mão e viu que era aula de ciências e que o professor que deveria estar ali era o Fáusto, mas onde ele estaria se havia dado as três primeiras aulas  anteriores ao recreio.

Enquanto cuidava da sala pediu para chamar outra inspetora e recomendou que fosse se informar sobre a ausência do professor Fáusto.

- Não, ele não me comunicou nada, não deve ter saído do prédio – respondeu o diretor à pergunta da inspetora.

Um professor auxiliar foi colocado na sala. O professor ia trabalhar de ônibus , portanto, não adiantava olhar no ., estacionamento

O período terminou e, novos alunos, alguns professores continuaram,  outros chegaram e não se falou mais no professor Fausto.

Era sexta-feira, na segunda certamente ele apareceria.

Nova semana, manhã, na sala dos professores a mesma conversa de sempre – novela, futebol, notícias de jornais regados a cafezinhos, alguém viu o Fausto? Perguntou a  vice diretora que foi conferir os docentes.

- Ele não apareceu? Interrogou a inspetora  que participara do episódio da sexta-feira.

Ele morava só, não tinha família naquela cidade.

- Vou ligar para o celular dele – disse o diretor.

E assim foi feito, o telefone chamou uma, duas, três vezes.

- Não adianta, não atende.

-  Será que aconteceu alguma coisa com ele?

Adentra a sala o zelador da escola, com dezenas de chaves na mão.

- O que está acontecendo aqui? To achando vocês agitados!

- É que liguei para o professor Fáusto  e ele não atende, você não sabe de nada, não?

- Quando passei pelo corredor de cima  ouvi um telefone tocando, a impressão que tive é que o som vinha do banheiro.

O diretor e mais alguns curiosos solidários partiram escada acima. Seu Antenor, o diretor, ligou novamente  e, todos ouviram um toque de telefone, foram momentos de apreensão , o zelador colocou a chave na porta, ela estava destrancada, foi empurrada com cuidado, pois havia algo a abstruindo, aberto um vão, lá estava Fausto, estirado no piso do banheiro, o lavatório estava quebrado. Em sua cabeça notava-se um ferimento que, a princípio, parecia um sinal de pancada.

Nesse momento todos os olhares se voltaram para o zelador, que por sua vez baixou a cabeça, o diretor curvou-se e foi verificar o pulso  do professor, que fora amigo de todos os outros professores, mas odiado por alguns alunos e pelo zelador que era pai de um adolescente rebelde retido pelo professor.

 

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