VOCÊ GOSTA DE LER?

Leitura é muito mais do que decodificar palavras. É ir muito além! É voar sem destino pelas páginas de um livro.
Devemos observar várias formas de arte, expressas em textos escritos ou não (verbal ou não verbal) e, delas tirar lições, reflexões, ou mesmo divesão. O que não podemos é sairmos indiferentes, pensando: não entendi nada! Ou fingindo ter entendido tudo, sem no entanto, ter compreendido o que o emissor realmente disse.
Muitas mensagens, realmente são de entendimento dúbio, ou seja, dá margens a mais de uma interpretação.
O que não se deve, é não entender nada! Se por acaso isso acontercer, e não é nada depreciativo assumir isso, devemos buscar mais informações e, fazer com que de alguma forma, essa leitura acrescente algo de positivo em nossa vida.

Leia, vá ao cinema, museus, shows, teatros, ouça músicas, mas reflita, pense!
Se não tiver argumentos bem fundamentados, cale-se e vá aprender mais.


"NÃO TENHO UM NOVO CAMINHO. O QUE TENHO É UM NOVO JEITO DE CAMINHAR." (Thiago de Melo)


sábado, 21 de abril de 2012

O "POBREMA" É "CÉRIO" (Léo Jaime)



Cério não, ceríssimo. Todo mundo sabe, já saiu em tudo que é jornau, que a cultura só leva merreca do governo. Se tu quê leva grana avera do governo, num pode entrar na ária da cultura. Até futibol é levadp mais acério. Todo mundo, a cidade intêra só fala em ôtra coisa. Pois é, eu discordo. Discordo geral! Acho, pó, tipo acim, que essa parada num tem nada haver, aí.
Dia deces rolou umas notíssias poraí de um teste, espesie de vestibular, que os jovens fizeram para entra de estagiários num jornau. Mó perrengue. Escreveram tanta maluquisse que o peçual até publicou a parada. Pó aí, ficou feio às tampas. Teve gente dizendo que o Gandhi era um africano, fundador de uma ceita meio parecida com o candomblé - essas parada de macumba, sacumé? - e que tinha fundado na Bahia um grupo de ceguidores xamado "Filhos de Gandhi". É mole? Taí, o camarada teve educassão, ta na faculdade, cheio de informassão e sem cultura.
Na minha cabessa, cultura vem antes de educação. Um cavalo e um cachoroo podem ser educados, mas quem tem cultura pode sabê milhor o que vai trazer com a educassão, que rumo vai tomá nos estudos, essas paradas. Cultura é ser diferente do outro, uma rua ser diferente da outra, mesmo tendo o mesmo colégil pras criansa estudar. Framengo é Framengo. Vasco é Vasco, pô, é diferente!
Se o governo gastaçe mais dinheiro em cultura, a educassão, a çaude e a segurança pública iam ficar mais numa boa, pode ter serteza. A cultura faz a auma crescer. Mas o que rola por aí é que nego acha mó supérfluo investir na cultura do nosso povo, que já é culto às pampas. Veja nossa música, nossas dança, nossas cumida, tudo parada de primêra e nóis que bolamo. SS geral (SS = sem por sento).
Podi ser que eu to falando merda. Ôps, foi mau. Mas, derrepente tinha mais era que mudar a parada toda neces lansse de escola. Pra mim, por exemplo, a criansa tinha que entrar no céa e comessar a estudar só coisa manera.Qué vê? Primêro e segundo ano da escola só estuda amor. Amor por gente, por ideais, por coisas, por bixus e naturesa, pela cidade, pátria amigos, Deus e outras milongas. Tercêro e cuarto anos os pirralho so estudavam o Praze. Nego xama de êstase (num é o bagulho não), e aí moleque ia aprender o êstase estático, intelequitual, sequissual, sossial: ia aprendê a ser feliz. Pra ser feliz tem que ter cultura, só educassão não dá não!

Jornal O Dia, fevereiro - 2002

Nenhum comentário: