VOCÊ GOSTA DE LER?

Leitura é muito mais do que decodificar palavras. É ir muito além! É voar sem destino pelas páginas de um livro.
Devemos observar várias formas de arte, expressas em textos escritos ou não (verbal ou não verbal) e, delas tirar lições, reflexões, ou mesmo divesão. O que não podemos é sairmos indiferentes, pensando: não entendi nada! Ou fingindo ter entendido tudo, sem no entanto, ter compreendido o que o emissor realmente disse.
Muitas mensagens, realmente são de entendimento dúbio, ou seja, dá margens a mais de uma interpretação.
O que não se deve, é não entender nada! Se por acaso isso acontercer, e não é nada depreciativo assumir isso, devemos buscar mais informações e, fazer com que de alguma forma, essa leitura acrescente algo de positivo em nossa vida.

Leia, vá ao cinema, museus, shows, teatros, ouça músicas, mas reflita, pense!
Se não tiver argumentos bem fundamentados, cale-se e vá aprender mais.


"NÃO TENHO UM NOVO CAMINHO. O QUE TENHO É UM NOVO JEITO DE CAMINHAR." (Thiago de Melo)


domingo, 20 de novembro de 2011

FALÁCIAS HOSTIS

Aos cuidados dos editores Wander Pessoa e Leslie Cia Silveira, do Caderno "Cidades", em resposta ao repórter João Colosalle:

Falácias hostis
Permita-me refutar seu artigo logrando de sua mesma condição: sou filha de professores formados, pós-graduados e em constante aprendizado para satisfazer a ânsia de pais ávidos em ver seus filhos em uma condição melhores que a deles mesmos. Entretanto, mesmo que não o fosse, não seria tão difícil vislumbrar a situação crítica que vivemos nos dias atuais: foram-se os tempos onde a Instituição Escola estava desacoplada da Instituição Família. Aquela que era responsável apenas por transmitir os conceitos do mundo, as suas ciências e as suas maravilhas, hoje, começam seu serviço mais cedo, na educação de crianças e adolescentes “a passeio” em suas casas.

E meus pais não fizeram graduação para serem, durante meio-período ou integralmente, “mães” e “pais” da prole alheia. Não possuem bacharel para ensiná-los como se portar no meio social sem interferir no limite de outrem, ou para alertá-los e conscientizá-los que, desde a primeira palavra que ouvem no âmbito escolar à última linha que escrevem no caderno, será utilizada como ferramenta de um futuro proveitoso e harmonioso. E não, não é algo intrínseco no ser humano deter informações básicas de vivência: é algo que deve ser lapidado em casa. Minha mãe, por mais que prefira os pequenos, não foi instruída para ensiná-los que “aquela tal palavra e aquela outra” não deve ser utilizada com pessoas mais velhas. Os pais ausentes, pois, ao constatarem a tal “falha” da escola, nela jogam a culpa, acreditando piamente que a tal é um ramo familiar. Já meu padrasto, por mim considerado como segundo pai, leciona em tuas supracitadas escolas estaduais hostis e, menos ainda, tem por função colocar rédeas em adolescentes desordeiros, que fazem da sala de aula seu segundo passeio diário. Ambos chegam exaustos, todas as tardes após a rotina de trabalho, e ainda se vêm obrigados a ler artigos que criticam tão duramente sua classe em jornais, que os cobram o papel de membro da família, quando não o são. Não é isto, contudo, uma definição restrita. Empregaste uma falácia de definição ampla, peço, então, que tome minha lupa e amplie sua visão da causa.

Discordo, por isso e no mais alto grau, que seja difícil encontrar uma solução para o problema. Ao ler tuas linhas, creio, inclusive, que jamais ouviste o ditado “não é a escola que faz o aluno, e sim, o revés”. E quem faz os alunos, são, por sua vez, os pais e/ou responsáveis. A Família e somente. Não outra instituição de ensino que deva ser medida, regulada e metrificada a fim de receber as proles virgens de valores e conduta, para lapidá-las enquanto os pais estão ausentes e/ou subjugados pelos mencionados filhos que se acreditam donos das escolas, dignos de pena, de razão e de apoteoses, pois não lhes foi oferecida a graça de assumir responsabilidades e culpa pelo que fazem e o reflexo de tais atitudes futuramente. E isto, meu caro, não deve, jamais, ser oferecido por professores. Lembra-te que em casa tem-se um ou dois, no máximo três, e em contrapartida, temos nas salas de aula um número que varia entre 30 e 60. Uma “mãe” de trinta crianças sem limites? Um “pai” de sessenta adolescentes turistas? E se cogitaste fugir das pautas, em todas as refeições, sou levada à conclusão que tiras teu prato da mesa antes de ouvir a completa definição de “escolas hostis”.
Por Gabriela Rodrigues, estudante do Segundo Ano do Ensino Médio, 16 anos e assinante do Jornal Liberal.

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