VOCÊ GOSTA DE LER?

Leitura é muito mais do que decodificar palavras. É ir muito além! É voar sem destino pelas páginas de um livro.
Devemos observar várias formas de arte, expressas em textos escritos ou não (verbal ou não verbal) e, delas tirar lições, reflexões, ou mesmo divesão. O que não podemos é sairmos indiferentes, pensando: não entendi nada! Ou fingindo ter entendido tudo, sem no entanto, ter compreendido o que o emissor realmente disse.
Muitas mensagens, realmente são de entendimento dúbio, ou seja, dá margens a mais de uma interpretação.
O que não se deve, é não entender nada! Se por acaso isso acontercer, e não é nada depreciativo assumir isso, devemos buscar mais informações e, fazer com que de alguma forma, essa leitura acrescente algo de positivo em nossa vida.

Leia, vá ao cinema, museus, shows, teatros, ouça músicas, mas reflita, pense!
Se não tiver argumentos bem fundamentados, cale-se e vá aprender mais.


"NÃO TENHO UM NOVO CAMINHO. O QUE TENHO É UM NOVO JEITO DE CAMINHAR." (Thiago de Melo)


sábado, 29 de janeiro de 2011

O POETA E O LOUCO

Sentado em seu banquinho, meditava sobre o passado recente, pois nem idade tinha para tê-lo distante, e sonhava com o longo futuro que certamente o esperava, o poeta olhou para o lado e começou a dialogar com o louco, abrindo a conversa:
- Veja só, onde estava escondida esta obra prima da natureza,  aposto
que se escondia para não ofuscar a luz do sol e que é  por inveja  que a lua hoje não pintou!
- Podes crer, também deve ser para vê-la que surgiram todos aqueles
meninos, famintos revirando lixo em busca do que comer, espantalhos que não se espantam com a beleza inacessível, indignos que não se indignam com a miséria.
            Sabe cara,  tenho  visto  gente  fina    aparecer de vez em quando,  mas quando isso aqui se alaga nem essas beldades os trazem.  
            - Pára manô, você só fala de coisa feia, pô! Em vez de pensar em enchentes, alagamentos e miséria aprecie o que a vida tem de belo, pense nas gatinhas, no pantanal com seus jacarés, suas capivaras, suas aves exóticas espalhadas naquele paraíso alagado  e vivendo em plena harmonia.
            - Sabe manô, tudo isso faz parte do sistema, não é assim que deveria  ser mas é assim  que é, bicho come bicho e só o mais forte sobrevive, olhe como esses pombos batalham seu rango, olha lá, nenhum deles está reclamando!
             - Pô cara! Cai na real, o louco aqui sou eu, sei que você não é alienado, tu es poeta e tens feito coisas que não parece nada com esse discurso babaca. Acorda cara! Abra os olhos! Veja tudo isso aí, tu acha que há justiça?  Faça como eu, trepe nesse banquinho e  continue denunciando com sua poesia! Dê uma de louco, dizem que de poeta e louco todo mundo tem um pouco.
            As horas se passaram! A noite caiu  e nem  perceberam que a bela se foi, outras crianças chegaram com fome, com eles mais alguns velhos, outros nem tanto, porém, com o mesmo intuito. De repente:
- Passe a carteira maluco!
O poeta olhou para o lado como que pedisse socorro para o louco do seu lado. 
Foi inútil, estava só com seu algós, assim como estivera o tempo todo. 
Seu lado louco nesse momento estava com tanto medo quanto o lado poeta.
Atendeu ao pivete e,  solitário partiu carregando seu único companheiro.
O banquinho.          

Clovis C. Rocha  

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