Este texto a seguir, é um dos que
foram criados por alunos do primeiro ano do Ensino Médio, baseando-se no texto
de Clarice Lispector, A moça tecelã.
Como você vai
perceber, o texto foi reescrito com mudança de foco, narrado pela ótica do
personagem que fora tecido pela artesã.
AMOR POR UM FIO
Quando o último
fio foi tecido, vi que seus olhos brilhavam e admiram-me. Percebe que as cores
que me deu eram perfeitas para a pessoa que lhe faria companhia por toda vida.
Naquela mesma
noite, ao nos deitar, lhe falei na possibilidade de termos alguns filhos. Conversamos sobre
isso por horas, até que adormecermos, um aquecido pelo outro.
Ao me
levantar, senti que estava sozinho, andei até a sala e me surpreendi ao vê-la
tecer o dia com linhas cor de ouro. Fiquei com aquilo na cabeça: “Se pode tecer
o dia e a noite, porque não tecer uma casa nova”?
Dirigi-me a
ela e propus o que estava em mente, aceitou sem questionar, fiz questão de
escolher cada linha e supervisionar cada ponto.
A casa estava
pronta, mas não era lá essas coisas. Para mim, aquilo não bastou, então pensei
em um belo palácio, afinal, quem tece uma casa tece também um palácio!
Novamente lhe
propus meu ponto de vista, não concordou no começo, mas por fim, aceitou.
A construção
do palácio lhe tomou todo o tempo e, quando chegava a noite, não dava tempo de arrematar
o dia.
Eu tive a impressão
de que ela estava infeliz, mas nem dei importância. Enfim o palácio estava
proto, eu tratei de colocá-la com seu tear na torre para que ninguém soubesse
ou descobrisse seu maravilhoso dom.
Mas certa
noite lhe disse que era necessário fazer ainda cavalos e estrebarias, vi que
sua expressão era de cansaço ou coisa parecida, mas novamente não dei importância.
Ao amanhecer, acordei assustado e olhei ao meu redor, percebi que todos os
luxos e mordomias haviam sido desfeitos. Ainda sonolento, vi aquela linda mulher
segurando os fios que me deram origem e colocando-os de volta no tear para me
desfazer.
Durante o
tempo em que ela me desfazia, não olhou nos meus olhos. Na verdade, ela não
queria fazer o que fez, sua vontade era ter quem a amasse e lhe desse carinho,
foi isso que não fiz.
No fim das
contas, tinha razão, pela minha ganância e egoísmo perdia pesoa que mais amei
na minha vida.
Alunas –
Camila
-
Maira
Prof.
Clóvis C. Rocha
Nenhum comentário:
Postar um comentário